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quinta-feira, 23 de junho de 2011
08 de junho de 2011 Maurren Maggi e um detalhe do tamanho do mundo
Campeã olímpica do salto em distância relembra Pequim e fala dos Jogos em casa em 2016
Maurren Maggi dá a volta olímpica em Pequim 2008 (Foto: Getty Images/Jamie Squire)
Uma vírgula. Um traço. Um segundo em milênios. Um mar de gotas. Nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, um grão de areia em um estádio lotado. Um sopro, uma batida de coração. Para a brasileira Maurren Maggi, nada pode ser maior do que um centímetro.
Foram 26 passos em oito segundos, o salto com o pé direito e um voo de 7,04m. Então, mais de 30 minutos de expectativa. A principal concorrente, a russa Tatyana Lebedeva, campeã olímpica e mundial à época, teria mais quatro tentativas de saltos. Queimou três. Na última chance, encaixou a técnica perfeita. Levantou da areia olhando a régua de marcação da distância. Em alguns segundos, o resultado no placar eletrônico: 7,03m.
Com as duas mãos no rosto e o público em polvorosa, Maurren corre pela pista e encontra seu staff na arquibancada. Emocionada, estende uma grande bandeira do Brasil e sai para a volta olímpica com uma miniatura da bandeira chinesa. Era o ouro mais aguardado, o auge em um detalhe.
“Uma emoção única para mim”, relembra. “É o topo do mundo. É onde todos lutamos para chegar. Está lá na história, ninguém apaga. Agora, depois de quase três anos, já está na hora de pensar em defender meu título. A experiência conta. Tem novas meninas surgindo, mas, até 2012, cabeça focada para competir de igual para igual”, diz Maurren, prestes a completar 35 anos, mãe de Sofia, mas com o mesmo ar jovial, quase infantil, nas expressões de quem, até pouco tempo, carregava seu bichinho de pelúcia junto com o material esportivo pelas pistas do mundo.
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