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quinta-feira, 23 de junho de 2011

17 de maio de 2011 César Cielo, o nadador mais rápido de todos os tempos



Primeiro brasileiro a conquistar uma medalha de ouro olímpica na natação fala sobre a expectativa para os Jogos no seu País
César Cielo comemora o ouro em Pequim (Foto: Getty Images/Ezra Shaw)

Sexta-feira, 15 de agosto de 2008, 23h39 (horário de Brasília). César Cielo é o quarto na fila de oito atletas que atende ao chamado no sistema de som e entra na área de competição do Cubo D’Água, palco da Natação nos Jogos Olímpicos de Pequim. Touca cinza, óculos transparente, maiô preto colado ao corpo, Cielo é apresentado ao público e faz o sinal da cruz. Aponta para o céu, repete o gesto e aquece os braços enquanto o favorito francês Alain Bernard, na raia ao lado, recebe o clamor das arquibancadas ao ter seu nome anunciado. O apito coloca todos no alto do bloco de largada, e não demora para o “take your marks” ser ouvido no alto-falante. Silêncio absoluto na arena. Oito homens encostam as mãos no chão pela última vez. Um deles viraria mito dali a cinquenta metros.

Sexta-feira, 2 de outubro de 2009, 13h50 (horário de Brasília). Após apresentações emocionadas e duas cidades eliminadas, é chegada a hora do anúncio da sede dos Jogos Olímpicos de 2016. No auditório do Bella Center, em Copenhague, Dinamarca, centenas de autoridades, celebridades do mundo do esporte e jornalistas aguardam a decisão final. Pelo protocolo, o Presidente do Comitê Olímpico Internacional, Jacques Rogge, sobe ao palco e ouve o Hino Olímpico. Recebe, então, das mãos de uma jovem atleta, o envelope ilustrado com os aros tradicionais que guarda o resultado. “Esta noite, eu tenho a honra de anunciar que os Jogos da XXXI Olimpíada são concedidos para a cidade de...”. Silêncio absoluto na platéia. Em um piscar de olhos, a vida de milhões ganharia novas perspectivas.

Nem o ouro olímpico de Cielo – o primeiro da natação brasileira –, nem a vitória do Rio de Janeiro – a primeira da América do Sul - aconteceram em questão de segundos. Levou décadas. Vidas. Durante 21s30, 34 braçadas e nem um quê de respiração, o brasileiro levou consigo o esforço de Tetsuo Okamoto (primeira medalha do país, em 1952), Manuel dos Santos, Djan Madruga, Ricardo Prado, Gustavo Borges e Fernando Scherer para o lugar mais alto do pódio. E chorou como uma criança.

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