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sexta-feira, 30 de março de 2012

Blatter diz que Brasil precisa trabalhar mais e falar menos


Presidente da Fifa faz duras críticas ao País e reforça que Valcke vai comandar o Mundial
30 de março de 2012 | 11h 03
ZURIQUE - O presidente da Fifa, Joseph Blatter, fez uma dura cobrança ao governo brasileiro nesta sexta-feira sobre a organização da Copa do Mundo de 2014. O dirigente declarou no último dia da reunião do comitê executivo da entidade em Zurique, na Suíça, que chegou a hora de o País "fazer mais e falar menos" ao ser questionado sobre a preparação brasileira para receber a competição.

O dirigente demonstrou clara irritação com o andamento da preparação do País para o torneio. "A bola está no campo do Brasil", disse Blatter, que reclamou do atraso nas obras de infraestrutura, aeroportos e hotéis para o Mundial de 2014, deixando claro que a aprovação da Lei Geral da Copa nesta semana não encerra os problemas do Brasil na organização do torneio.

Há exatas tres semanas, Blatter fez uma viagem de urgência ao Brasil para tentar costurar a paz com o governo depois das declarações de seu secretário-geral, Jérôme Valcke, de que o País mereceria um "chute no traseiro" por conta dos atrasos.

A queda de Ricardo Teixeira também abriu um vácuo e Blatter agiu rapidamente para costurar uma nova relação. Desde então, vinha fazendo declarações de amor ao Brasil e garantindo que o País dispõe de toda sua confiança. Em território brasileiro, Blatter não fez uma só crítica ao País.

Mas o presidente da Fifa também deixou claro que o secretário-geral Jérôme Valcke seguirá à frente dos preparativos para a Copa do Mundo de 2014 e defendeu que a recente polêmica está encerrada. Valcke voltará ao Brasil em maio, contrariando a posição do governo brasileiro de tentar afastá-lo do Mundial.

O governo, contundo, se irritou após o francês falar que o Brasil precisava de um "chute no traseiro" para acordar e começar a trabalhar com mais agilidade pensando no Mundial de 2014. O impasse provocou o cancelamento de uma viagem do dirigente ao Brasil para vistorias aos estádios de Recife, Brasília e Cuiabá, no início do mês.

Valcke pediu desculpas pelo incidente, mas culpou um erro na tradução da sua fala pelo problema. Posteriormente, Blatter se reuniu com a presidente Dilma Roussef em Brasília e o Brasil indicou que o incidente estava encerrado.


ATRASOS
Nesta semana técnicos revelaram à Fifa em Zurique o estado real das obras, com atrasos em praticamente todas as áreas e, acima de tudo, a constatação de que alguns projetos podem de fato sequer ser realizados.

Se não bastasse, a lei geral da Copa aprovada nesta semana pela Câmara dos Deputados deixou a Fifa irritada, já que não atende à sua exigência de garantir a venda de bebidas em estádios e deixa a decisão para os estados.

Blatter traduziu em palavras essa frustração. "Agora estamos esperando também ações, e não apenas palavras", alertou. "Nem tudo estará 100%, porque sabemos os problemas que haverá com os hoteis", disse.


Segundo Blatter, torcedores poderão ter de ser transportados para as cidades dos jogos e retirados de lá no mesmo dia diante da falta de quartos em algumas sedes. Haverá um corrida para ira o Brasil. Haverá um problema logistico”, disse, mais uma vez apostando que “soluções serão encontradas."

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