Fim do futebol feminino no Flu gera protesto na porta das Laranjeiras
Cerca de 50 pessoas, entre atletas e familiares, levaram cartazes e criaram músicas de repúdio à decisão da diretoria tricolor de dar fim à modalidade
A decisão da diretoria tricolor de dar fim ao futebol feminino do clube gerou revolta nas Laranjeiras. Nesta segunda-feira, por volta das 17h, mais de 50 pessoas, entre jogadoras e familiares, protestaram na porta do clube. As meninas exibiram cartazes questionando a decisão e cantaram músicas contra o presidente Peter Siemsen.
- Ô Peter, não enrola, deixa as meninas do Flu jogarem bola! - gritavam.
Segundo a atacante Júlia Guerreiro, de 19 anos, artilheira da equipe no último Campeonato Carioca, o fim do futebol feminino no Tricolor pegou todos de surpresa. A informação foi passada às meninas pelo técnico do time, Michael Marcondes - que também é auxiliar-técnico da seleção brasileira feminina sub-17 - na última quinta-feira. A justificativa alegada pelo clube foi corte de gastos, mas não convenceu Júlia.
- O clube nunca investiu em nada para nós. Nunca tivemos o direito de treinar em Xerém ou no gramado das Laranjeiras, por exemplo. Isso aqui é uma escolinha, duas vezes por semana, pela qual 60 meninas pagam mensalmente uma quantia para participar. O futebol feminino dava lucro. Estamos surpresas e indignadas com essa decisão - disse a jogadora, lembrando que algumas meninas do time defendem as categorias de base da Seleção Brasileira.
A manifestação deu resultado. Uma das meninas conversou com o gerente executivo geral do clube, Jackson Vasconcellos, e ouviu que a decisão não é definitiva. Foi ainda marcada uma reunião nesta terça-feira com o presidente Peter Siemsen para discutir a situação. O mandatário tricolor, aliás, foi o principal alvo do protesto apesar de a decisão de acabar com o futebol feminino ter partido do departamento de esportes olímpicos do clube. Por intermédio de sua assessoria de imprensa, o Fluminense divulgou uma nota oficial explicando a posição:
No entanto, após realizar um estudo de viabilidade das atividades esportivas oferecidas no clube, algumas modalidades não se adequaram aos critérios considerados necessários, como foi o caso, infelizmente, do futebol feminino. Além disso, o clube carece de espaço para atender aos próprios associados.
Os esportes olímpicos e os esportes amadores precisam se adequar tanto à realidade financeira quanto à estrutura física do clube. O Fluminense mantém hoje 15 modalidades esportivas, poucas delas com patrocínio, com capacidade de gerar receitas próprias ou com espaço adequado para o desenvolvimento do esporte.
Diante de tal quadro, o Fluminense precisou, com muito pesar, fazer este corte."
O futebol feminino do Fluminense nasceu no meio da década de 90 e já contou com jogadores conhecidas como a modelo Suzana Werner. Atualmente são cerca de 60 meninas divididas em duas categorias: sub-17 e sub-20.
Fonte: GloboEsporte.com em 05/07/2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário