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terça-feira, 12 de julho de 2011

Fim do futebol feminino no Flu gera protesto na porta das Laranjeiras

Fim do futebol feminino no Flu gera protesto na porta das Laranjeiras


Cerca de 50 pessoas, entre atletas e familiares, levaram cartazes e criaram músicas de repúdio à decisão da diretoria tricolor de dar fim à modalidade
A decisão da diretoria tricolor de dar fim ao futebol feminino do clube gerou revolta nas Laranjeiras. Nesta segunda-feira, por volta das 17h, mais de 50 pessoas, entre jogadoras e familiares, protestaram na porta do clube. As meninas exibiram cartazes questionando a decisão e cantaram músicas contra o presidente Peter Siemsen.

- Ô Peter, não enrola, deixa as meninas do Flu jogarem bola! - gritavam.

Segundo a atacante Júlia Guerreiro, de 19 anos, artilheira da equipe no último Campeonato Carioca, o fim do futebol feminino no Tricolor pegou todos de surpresa. A informação foi passada às meninas pelo técnico do time, Michael Marcondes - que também é auxiliar-técnico da seleção brasileira feminina sub-17 - na última quinta-feira. A justificativa alegada pelo clube foi corte de gastos, mas não convenceu Júlia.

- O clube nunca investiu em nada para nós. Nunca tivemos o direito de treinar em Xerém ou no gramado das Laranjeiras, por exemplo. Isso aqui é uma escolinha, duas vezes por semana, pela qual 60 meninas pagam mensalmente uma quantia para participar. O futebol feminino dava lucro. Estamos surpresas e indignadas com essa decisão - disse a jogadora, lembrando que algumas meninas do time defendem as categorias de base da Seleção Brasileira.

A manifestação deu resultado. Uma das meninas conversou com o gerente executivo geral do clube, Jackson Vasconcellos, e ouviu que a decisão não é definitiva. Foi ainda marcada uma reunião nesta terça-feira com o presidente Peter Siemsen para discutir a situação. O mandatário tricolor, aliás, foi o principal alvo do protesto apesar de a decisão de acabar com o futebol feminino ter partido do departamento de esportes olímpicos do clube. Por intermédio de sua assessoria de imprensa, o Fluminense divulgou uma nota oficial explicando a posição:

No entanto, após realizar um estudo de viabilidade das atividades esportivas oferecidas no clube, algumas modalidades não se adequaram aos critérios considerados necessários, como foi o caso, infelizmente, do futebol feminino. Além disso, o clube carece de espaço para atender aos próprios associados.

Os esportes olímpicos e os esportes amadores precisam se adequar tanto à realidade financeira quanto à estrutura física do clube. O Fluminense mantém hoje 15 modalidades esportivas, poucas delas com patrocínio, com capacidade de gerar receitas próprias ou com espaço adequado para o desenvolvimento do esporte.

Diante de tal quadro, o Fluminense precisou, com muito pesar, fazer este corte."

O futebol feminino do Fluminense nasceu no meio da década de 90 e já contou com jogadores conhecidas como a modelo Suzana Werner. Atualmente são cerca de 60 meninas divididas em duas categorias: sub-17 e sub-20.

Fonte: GloboEsporte.com em 05/07/2011

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