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sábado, 29 de outubro de 2011

Futsal Feminino - Taça Brasil Adulta: Kurdana/Cotia (SP) vence Esmac (PA) de virada e chances de passar aumentam Sexta-feira, 28 de Outubro de 2011

Taça Brasil Adulta: Kurdana/Cotia (SP) vence Esmac (PA) de virada e chances de passar aumentam
Por: Ricardo Silva






Isto é a Kurdana! Time guerreiro, que nunca desiste dos seus objetivos. No começo da noite de quinta-feira (27), a equipe de Cotia (SP) venceu ao Esmac (PA) de virada por 4 a 2 e aumentou suas chances de passar para a semifinal da Taça Brasil Adulta de futsal feminino. A competição está sendo disputada no Ginásio da Unesc, em Criciúma (SC).

Junto com a vitória da Hidráulica (GO) sobre a UCB (DF) por 1 a 0, as paulistas subiram para a vice-liderança do Grupo A da Divisão Especial, com seis pontos, ao lado das brasilienses. E esses resultados mudaram até as contas pela classificação. Agora, a Kurdana pode até entrar praticamente classificada diante da UnoChapecó/Female (SC), contra quem fecha a Fase de Grupos nesta sexta, às 18:30 - isto se a Hidráulica vencer a Esmac antes, às 15:30, provocando um triplo empate em seis. As chapecoenses já estão classificadas, mas perdem a liderança se Cotia vencê-las. Um empate também qualifica as paulistas.

* Jogo pegado contra adversário respeitável

Antes desse mar de contas, vamos ao mar de emoções. Cotia é um time que respira emoção. A equipe começou atacando. Aliny Neguinha, bem nos passes, acionava Susana e Aline Lum. Mas a Esmac é um time forte, que já venceu a Taça Brasil Sub 15 e é a atual vice do Sub 17. Lideradas por Mayara, conhecida como Labokita, cresceram aos poucos no jogo. A resposta cotiana veio de bola parada, com Wendy chutando forte e Xininha, no pé da trave, quase fazendo - se não fosse a intevenção da defesa paraense.

Aos nove minutos, as adversárias pressionaram, obrigando Márcia a salvar a fortaleza cotiana. Mesmo assim, segundos depois, Flávia aproveitou lance dentro da área e abriu o placar para a equipe do Norte.

Cotia reagiu, levando perigo nas bolas da ala para o meio, buscando Susana. Após ter chance na área, ela não perdoou no lado direito, batendo firme para vencer a goleira Paula, com 14 minutos. Tudo igual num tento de superação - a Mulher Gol ainda sentia dores no braço esquerdo, devido ao choque contra o chão na partida ante a UCB.

O jogo ficou lá e cá. E, nos segundos finais da primeira etapa, Déby recebeu bola na direita, na entrada da área, e foi levantada pela goleira Paula, que fazia o seu trabalho para salvar sua equipe. Pênalti que, assim como os dois na partida anterior, não foi marcado. No lance, a atleta se contundiu na coluna, chegando a assustar os presentes e necessitando atendimento médico. Mas sejamos justos: as marcações da arbitragem conseguiam irritar os dois lados.

* Lorraine Cabecinha Dourada

Veio a segunda etapa. A técnica Andressa de Azevedo queria a vitória e lançou, já no apito inicial, Déby como goleira-linha, com o objetivo de surpreender. Não deu certo, sofrendo perigoso ataque. O jeito foi voltar ao jogo tradicional. A supresa veio do mesmo jeito: gol de Flávia, com um minuto, desviando um bate cruzado na direita quando errou o chute.

O Esmac tentava jogadas aéreas, que a marcação da Kurdana neutralizava, alternando entre Arine, Karina e Wendy. No ataque, as paulistas não conseguiam se acertar, tentando várias formações, fazendo trocas individuais.

Com o lema de 'nunca desistir', Cotia tentava pelas alas, com a ousadia de Aline Lum e os chutes de Karina. Com dez minutos, Wendy entrou como goleira-linha. O Pará fazia uma marcação agressiva, tirando no meio da quadra, e não aguardando o adversário.

O que fazer agora? Eis que o nome do jogo entrou em ação. Lorraine, atrevida com sua velocidade e destemida mesmo com sua frágil aparência. Uma menina que transpira garra. E que gosta de fazer algo bem difícil no futsal: lances de cabeça. Um time que respira emoção precisa também de 10% de razão ou, como dizem no popular, de "cabeça".

E ela realmente usou a cabeça. Aos 11 minutos, Wendy alçou bola da esquerda para Lorraine, na área, mandar nas alturas para as redes. 2 a 2. Foi a senha para motivar Cotia. A virada era possível. Lance após lance, Susana e Lorraine davam trabalho para Paula.

Só faltava o gol. E ele veio. Advinhem como e com quem? Sim, Lorraine em jogada aérea, novamente! Arine levantou para Susana, que passou de cabeça para a 16 cotiana completar para o gol também de cabeça, no lado esquerdo da área, faltando 1:26.

E voltemos aos anos 50. O Corinthians tinha um centroavante chamado Baltazar, apelidado de Cabecinha de Ouro pelos seus tentos aéreos. Pois Cotia tem sua versão do século XXI: Lorraine Cabecinha Dourada, algo que até combina com seus cabelos loiros.

Interessante notar que a jogada aérea, que a Esmac tentava fazer, foi fatal para a equipe paraense. Por sinal, adversário igualmente insistente e raçudo, colocou goleira-linha no minuto final, para pelo menos empatar.

E quem disse que Cotia ficou com medo? Quando foi ao ataque, voltou a ter Wendy de goleira-linha, numa louca estratégia para segurar a bola e até tentar matar a partida. E o gol do alento veio. Faltando dois segundos. De novo ela, Lorraine. Um hat trick inesquecível! Susana fez jogada individual e achou a ala no pé da trave, pronta para estufar as redes.

Três gols, artilheira da partida, com direito a pedir música. Nem precisava. O som a ser ouvido no Ginásio da Unesc era seu forte grito, segurando a camisa e beijando o escudo do clube que escolheu defender. 4 a 2 e uma vitória digna de Taça Brasil.

Mostrando seu largo e cativante sorriso, Lorraine comentou sobre os gols, ainda mais sobre os dois de cabeça, que não é fácil no futsal: "É muito trabalho, com muitos dias treinando. Eu nem tenho tanta facilidade de fazer lances de cabeça, mas no jogo temos que estar preparadas para tudo, até para lances de calcanhar".

Sobre a virada numa partida em que Cotia não poderia pensar em derrota, ela afirmou: "Foi muita emoção em poder ajudar a equipe, uma sensação inesquecível". Justo ela, que veio da distante Orizona, no interior de Goiás atrás de seus sonhos. Abriu mão do futebol de campo em 2011 para aprender e muito com o futsal, sendo a primeira temporada que ela pratica seriamente dentro de quadra: "Eu tinha um sonho de me tornar profissional. Tento me superar cada dia mais. Por isso vim de tão longe para Cotia, e com certeza está valendo a pena".

* Refazendo as contas

É possível ficar maluco com tantas contas. Tantas a ponto até de esquecer possibilidades outras. Vamos lá!

No Grupo A, a classificação está assim: UnoChapecó com nove pontos e já classificado para a semifinal; Kurdana e UCB com seis, sendo que a UCB leva vantagem na vice-liderança pelo confronto direto; Hidráulica em quarto, com três; e Esmac na lanterna, sem pontuar.

A UCB já terminou seus jogos na Fase de Grupos. Para os demais, falta mais um. Cotia, para não depender de ninguém, precisa ao menos empatar com a UnoChapecó - que folgou na quarta rodada. Chegando aos sete pontos, não seria alcançada por ninguém. Se a Kurdana vencer chega aos mesmos pontos que a atual tricampeã mundial e, como o confronto direto é o primeiro critério de desempate, fecha o grupo como líder.

Entretanto, a ACEK pode já entrar praticamente classificada. Basta que a Hidráulica vença a Esmac antes. Goianas, brasilienses e paulistas ficariam com seis pontos, indo para o gol average. Aí que Cotia leva vantagem, com seu índice mantido em 2,0. A UCB tem apenas 0,50 e a Hidráulica baixíssimos 0,18 - precisaria vencer a Esmac por 26 a 0 para ter chances, sendo que a maior goleada na história da Taça é 21 a 0 (feita pela Malwee, na edição Sub 17 de 2006). E Cotia só perderia a vaga para Brasília, nessa combinação toda, se tomasse 15 a 0 de Chapecó.

Mas qual seria o interesse, então, da Hidráulica nesta rodada final? Evitar o rebaixamento do Estado. Lembrem-se que cada equipe, na Taça, representa uma Federação. As duas últimas na classificação geral caem para a Primeira Divisão - que teve Minas Gerais (Montes Claros) como campeão e Amazonas (Ninho de Águias) como vice e conquistadoras do acesso.

O average baixo faz com que as goianas precisem ao menos do empate. No Grupo B, Londrina também tem três pontos, mas fica na frente pelo índice de 0,50. Só que é uma faca de dois gumes: a Esmac também não quer rebaixar o Pará, e a derrota ou igualdade derrubariam o seu Estado. O problema é que, se a equipe do Norte do Brasil vencer ou empatar, Cotia é obrigada a arrancar o empate contra Chapecó. Se apenas Kurdana e UCB ficarem com seis pontos, Brasília leva vantagem pelo confronto direto.

O que dá esperanças de não ocorrer igualdade na preliminar é que, no futsal, dinâmico e com incontáveis chances de gol, somente pode se jogar pelo empate com o placar igualado no minuto final, e olhe lá!

Cotia está consciente de tudo isso, mas quer mesmo é vencer o melhor time do mundo. Quem quer crescer, precisa ter como objetivo triunfar sobre as equipes com mais títulos. Assim foi em São Paulo. E assim terá que ser, se quiser conquistar o Brasil com sua diferente forma de gestão.

Para tanto, a técnica Andressa de Azevedo trabalhou com a equipe na manhã desta sexta, treinando o time taticamente por uma hora. As atletas estão na expectativa da rodada. Independente da matemática, querem jogar bem.

* Grupo B nas contas também

O excesso de contas não é privilégio do Grupo A. O B assim está também - e pior, sem nenhum classificado. A sediante Unesc lidera com nove. Nacional Gás/Unifor (CE) e Chimarrão (RS) estão com seis na vice-liderança, com vantagem cearense. Londrina (PR) tem três pontos, já encerrou sua participação e só rebaixa seu Estado se tiver muito azar. Eunápolis (BA) não pontuou e somente se salva da queda com goleada no seu jogo e vitória da Esmac.

Pois a liderança neste grupo pode ter três equipes com nove pontos, indo todas para o gol average. Por momento, a Unesc tem grande vantagem com índice de 18. Nacional tem 1,8 e Chimarrão tem 1,0.

Enquanto que a Hidráulica venceu a UCB na outra chave com solitário gol de Karolzinha, Chimarrão goleou Eunápolis por 5 a 2. Heli anotou dois e Masotti um. E as ex-atletas da Kurdana Katita (goleira) e Tiko (pivô) também foram para as redes. Fernanda e Cris descontaram para a Bahia. O Nacional marcou 3 a 0 em Londrina, com gols de Jane, Kessany e da jovem Dany.

Na rodada final do grupo, Nacional pega Eunápolis e Criciúma enfrenta ao Chimarrão. A Unesc passa em primeiro com um simples empate e só perderia a vaga em caso de sofrer grande goleada e a Nacional também fazer placar elástico. As gaúchas precisam vencer e torcer para que as cearenses empatem, ou então terão que fazer muitos cálculos no average. Por fim, o Ceará passa com vitória simples no seu jogo e empate ou até vitória do Chimarrão: só um placar de 8 a 0 do Rio Grande do Sul contra as mandantes da Taça tira a Nacional, mesmo se vencer por contagem mínima.

* Resumo das chances cotianas

Classificação:
- vitória sobre a UnoChapecó (dá a liderança);
- empate com a UnoChapecó;
- derrota por até 14 a 0, caso a Hidráulica vença a Esmac.

Eliminação:
- derrota para a UnoChapecó, caso a Esmac vença a Hidráulica;
- derrota para a UnoChapecó, caso Hidráulica e Esmac empatem.

Contato:
(11) 6656 5506
www.acekurdana.com.br
Twitter: @kurdanacotia

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