Concurso de projetos urbanísticos para o maior complexo dos Jogos de 2016 recebe inscrições de escritórios de arquitetura de todos os continentes
No espaço de 1.180.000 metros quadrados que hoje ocupa o entorno do Autódromo de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, será erguido o maior complexo olímpico para os Jogos de 2016. No futuro Parque Olímpico, atletas do mundo todo vão disputar as provas de 15 modalidades, como basquete, tae-kwon-do, judô, lutas, handebol, tênis, ciclismo, natação e ginástica.
Por enquanto, a competição que acontece é a do Concurso Parque Olímpico, que vai eleger o melhor projeto arquitetônico para a área. Num verdadeiro exemplo de integração entre pensamentos local e global e de convergência de experiências de todos os cantos do planeta, 41 dos 60 projetos inscritos envolvem escritórios internacionais de arquitetura – muitos deles, segundo o urbanista Alder Catunda, coordenador do concurso pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), são parcerias entre profissionais brasileiros e estrangeiros.
– Essa experiência olímpica passa a incorporar o patrimônio de conhecimento da arquitetura do Rio. Nós, cariocas e brasileiros, discutimos muito pouco a forma com que a cidade se expandiu e se expande. A região da Barra, por exemplo, só foi pensada pela visão de arquitetos na época do Lúcio Costa, quando ela começou a ser ocupada – avalia Catunda. A organização do concurso recebeu projetos de países como Suíça, Portugal, China, Austrália, França, Espanha, Estados Unidos, Reino Unido, Arábia Saudita e Angola, entre outros.
Ao todo, o Parque Olímpico terá dez arenas esportivas, e vai abrigar também a Vila de Mídia, o Centro de Transmissão dos Jogos e um hotel. A ideia de centralizar competições em um só local – que já deu certo em Sydney, Atenas e Pequim – prevê que competidores e jornalistas cheguem em 5 minutos, e a pé, das vilas em que estarão hospedados. A expectativa é de que o complexo tenha capacidade para receber 60 mil espectadores por hora, vindos principalmente dos corredores de transporte Transoeste e Transolímpica.
E o legado para a cidade? A maior estrutura do complexo – o Centro Olímpico de Treinamento, com 40 mil metros quadrados divididos em quatro arenas – será aproveitado para a prática de 20 modalidades após os Jogos, alavancando a infraestrutura do esporte brasileiro. Para a cidade, além da permanência do hotel, 60% da área do Parque serão destinados à construção, depois de 2016, de um bairro sustentável, integrando habitação, áreas de lazer e comércio. Tudo isso, prevê o edital do concurso, com regras obrigatórias de respeito ao meio ambiente e preservação da Lagoa de Jacarepaguá.
– A importância de um projeto como esse é que ele movimenta a urbanização de uma área extensa, ainda com limitações de locomoção de pessoas e historicamente com pouco abastecimento de infraestrutura básica – opina o organizador do concurso.
O resultado sai no dia 19 de agosto, e o júri inclui especialistas do IAB, da Prefeitura do Rio, do Governo Federal e da Associação Interamericana de Arquitetos, além do espanhol Luis Millet, expert em urbanismo para Olimpíadas e diretor chefe dos projetos de infraestrutura para os Jogos de Barcelona, em 1992.
News sobre uma Cidade Olimpica
Sheila Zanesco
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