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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Pai de Lucas explica o motivo por trocar o Corinthians pelo São Paulo 20/09/2010 19h10

orge diz que a troca do Parque São Jorge pelo Morumbi foi para que o seu filho, a nova sensação são-paulina, tivesse um futuro melhor no futebol




Por Marcelo Prado São Paulo


Referência tricolor no atual momento da equipe na temporada, conforme definido pelo próprio goleiro e capitão Rogério Ceni, Lucas já foi motivo de discussão entre os presidentes do Corinthians, Andrés Sanches, e do São Paulo, Juvenal Juvêncio. O cartola alvinegro, em diversas ocasiões, acusou o rival de ter roubado o atleta da base do time de Parque São Jorge. Mas o pai do garoto de 18 anos, Jorge, faz questão de desmentir.

Orgulhoso do clube, Lucas mostra a sua camisa ao lado dos pais (Fotos: Marcos Ribolli / Globoesporte.com

- Quando tudo aconteceu, o Andrés nem era o presidente ainda. Era a época da MSI no clube. Então, não adianta ele ficar falando que o São Paulo roubou o meu filho que não é verdade. E falo isso na cara de quem tiver que falar - afirma o pai, durante visita da reportagem do GLOBOESPORTE.COM à casa do são-paulino.

Lucas começou sua história na escolinha do ex-jogador Marcelinho Carioca, em Diadema. Foi lá que ele passou a ser chamado de Marcelinho, pela fisionomia parecida com o Pé de Anjo. Seis meses depois, ele foi para o time amador do Santa Maria, de São Caetano do Sul. Quando completou sete anos, após disputar um torneio regional, foi elogiado por um olheiro do Juventus, que levou o garoto para a Mooca. No Moleque Travesso, ele ficou por três temporadas, até que os pais aceitaram uma proposta do Corinthians. Só que, para defender o Timão, o jogador se sacrificava demais. Ele estudava pela manhã e, à tarde, com a companhia dos pais, pegava dois ônibus para chegar ao clube. Na volta, em algumas noites, ainda arranjava tempo e fôlego para jogar futebol de salão com os amigos.

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A mãe, Fátima, não escondia a preocupação com a situação.

- Eu fiquei apavorada porque, com essa rotina todos os dias, uma hora ele ia cair de rendimento tanto na escola quanto no futebol. Eu e o pai sempre dividimos as coisas. Ele cuidava do futebol e eu, da parte escolar. Resolvemos que, do jeito que estava, não podia continuar - ressalta.

O quadro da formatura é mais um troféu em casa

O pai, então, foi procurar os dirigentes corintianos para discutir a situação do filho.

- Nessa época, o Lucas era franzino demais. Não queria que ele apenas fizesse musculação. Era necessário um programa que incluísse uma nutricionista para que ele pudesse ganhar massa muscular corretamente. Também pedi ao Corinthians que arranjasse alguma escola que fosse perto do clube e um alojamento. A resposta era sempre a mesma: "agora não podemos ver isso" - lembra o pai.

Depois de esperar três anos por uma solução, o pai aguardou o término do contrato com o Timão para agir. Dias depois, Lucas já morava no CT de Cotia, local criado para abrigar as categorias de base do time do Morumbi.

- Quando o Lucas foi para o Corinthians, o São Paulo fez de tudo para levá-lo. Por isso, quando vi que os dirigentes corintianos estavam me enrolando, eu resolvi ligar para o pessoal da base do São Paulo. Eles me falaram para ir conhecer o CT e conversar. Uma visita foi suficiente para perceber o que meu filho ganharia na carreira. Se o garoto não passa de ano na escola, não continua no time. E isso faz toda a diferença - lembra o pai.

Lucas lembrou que seu futebol melhorou muito de produção após a mudança.

- Tinha um ônibus que nos levava e buscava todos os dias para a escola. Além disso, como eu dormia e treinava no mesmo lugar, podia descansar mais. Logo no primeiro ano, lembro que fui campeão paulista.

Até hoje ele guarda o primeiro par de chuteiras e a camisa do seu primeiro clube, o Santa Maria

Decisão tomada, na semana em que o garoto começou a treinar no Tricolor, Jorge ainda recebeu ligações de dirigentes corintianos.

- Eles falavam para eu pensar melhor que no São Paulo o Lucas seria apenas mais um. Eu sou uma pessoa que demora a tomar uma decisão. Mas, quando resolvo, não mudo. O meu filho não recebeu a atenção que eu esperava. Hoje, vejo que fiz o melhor para a vida dele - conclui o pai.

No seu bairro, Cidade Ademar, o são-paulino Lucas é ídolo dos garotos da vizinhança

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