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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Cinco anos para a apoteose da Cidade Olímpica

Parque dos Atletas Cidade do Rock, primeiro equipamento oficial a completar obra de infraestrutura, é anunciado. O 5 de agosto marcou também a posse de Maria Silvia Bastos, nova xerife da Empresa Olímpica Municipal


Dia 5 de agosto de 2011. A exatos cinco anos das Olimpíadas do Rio, a Prefeitura apresenta o primeiro equipamento olímpico a ter suas obras concluídas – a Cidade do Rock, futuro Parque dos Atletas – e a gestora que vai acompanhar detalhe por detalhe o processo de construção da Cidade Olímpica, Maria Silvia Bastos Marques.

Quando o primeiro acorde de guitarra rolar, em setembro, a festa nos quase 150 mil metros quadrados do terreno da Cidade do Rock, às margens da Lagoa de Jacarepaguá, terá muito mais que música. Além de palcos gigantes, a arena vai receber uma montanha-russa, uma roda-gigante com 30 metros de altura e um freefall, brinquedo conhecido como cabum. Mas o ponto alto do festival deverá ser uma tirolesa, que vai colocar o espectador aventureiro numa viagem sobre o público.

– A pessoa parte de uma torre de 25 metros de altura e percorre 200. O espectador passa por cima das pessoas, sente a emoção toda e ainda vê um pouquinho do show. Num lugar como este, tão bonito, tão grande, você precisa de elementos altos para desfrutar disso – explica Walter Ramires, diretor de Engenharia do Rock in Rio. Walter, que está no ramo de shows há 23 anos, começou a trabalhar para o Rock in Rio em 2000, produziu a edição de 2001 e comandou também as edições europeias, em Lisboa e Madri.


Foram oito meses de muito trabalho e técnicas de engenharia para transformar uma área abandonada, tomada pelo mato, no futuro Parque dos Atletas. O nome se deve ao fato de que, depois de receber três edições do festival, a área será transformada em espaço de lazer para os participantes dos Jogos de 2016. Em seguida, o espaço será entregue aos cariocas.

– Nós vamos criar pistas de caminhada, quadras de esportes. Sobre a grama sintética existente hoje, por exemplo, nós vamos colocar equipamentos que poderão ser removidos para uma infinidade de eventos. A gente vai ter ainda uma estação do BRT Transolímpica bem perto daqui. O carioca vai poder vir sem ter que usar o carro, nem se preocupar com o estacionamento – explica o engenheiro Guilherme Alonso, diretor de Projetos da Riourbe.

Além da urbanização, o parque recebeu rede elétrica e de águas pluviais e dutos para sistemas de transmissão de dados e imagens. O esgoto será levado diretamente pela tubulação subterrânea à Estação de Tratamento da Barra da Tijuca. Mais de 400 operários participaram dos trabalhos.

– Quando você chega aqui, lembra-se do que era e vê o que é agora, é um negócio que envaidece. É realmente uma transformação. Eu tenho muito orgulho de ter participado de tudo isso. O pessoal do Rock in Rio costuma dizer “eu fui”. Mas eu vou poder dizer “eu fiz” – conclui Alonso.


E “fazer” foi justamente a palavra-chave do discurso da economista Maria Silvia Bastos Marques, que assumiu o cargo de presidente da Empresa Olímpica Municipal. A decisão de aceitar o cargo, diz Maria Silvia, se deve à confiança mútua entre ela e o prefeito Eduardo Paes – os dois se conhecem desde o início dos anos 90.

– É um enorme desafio. O que me traz aqui é, exclusivamente, a vontade de fazer e transformar essa cidade. Essa é minha única agenda. Não vai ser uma tarefa de uma pessoa, mas de um time – destacou a ex-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).

Maria Silvia lembrou o fim das Olimpíadas de Sydney, na Austrália, comentando sobre o engajamento da população local.

– Acho que nós temos que ter o desejo de ter isso também aqui. Que todas as pessoas da cidade e até do país vistam essa camisa olímpica, se engajem nesse processo. O que me traz aqui é a vontade de trabalhar pelo Rio de Janeiro, onde eu moro, onde meus filhos moram. Eu nunca trabalhei em outra cidade, nunca aceitei um convite para trabalhar fora do Rio. E agora eu tive a felicidade de me juntar a esse time – resumiu.

Também durante a cerimônia de posse, no Palácio da Cidade, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, destacou que o Rio já vive as transformações olímpicas.

– Hoje nós já estamos vivendo a força transformadora dos Jogos. O esporte já está na pauta, mas não se restringe apenas a quadras, piscinas e estádios. Esse é um tema que nos remete às obras que acontecem na cidade e aos avanços que o Rio já vive – disse.

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